sexta-feira, junho 11

Centro Acadêmico Luz Cósmica

Não me agradam esses homens
bem fracionados no tempo,
cedendo-se amavelmente
em todas ocasiões
e mais também não me agradam
os partidários tão vários,
de toda moderação.
Vou passando bem distante
desses homens comedidos
desses homens moderados. -

Antônio guarda seu vinho
muito mais de vinte anos
para bebê-lo mais velho;
Clara não estréia o vestido
quer outra oportunidade;

os noivos em castidade
bem além de doze anos
ainda apregoam o amor.

Os homens de ferro hoje
só sabem anunciar
uma mensagem de espera:
Aguarda a felicidade,
vê o momento oportuno,
não penses nunca em amor
nem sejas tão ansioso,
resiste à melhor viagem
desconhece a emoção. -

O hino dos comedidos
de todos bem fracionados
a humanidade invadiu.
Desejam oportuníssimos
sempre expelindo relógios,
aguardam os melhores instantes
subdivididos em prazos,
doutrinam sincronizados
sofrendo convencionais,
apenas grandes tristezas
creditadas nos jornais. -

Eu? Eu já sou diferente.
Não sei viver minha vida
entoada nesse hino,
esterilizada em prazos
de regras universais.
Não me situo na espera
e por profissão de fé
acredito em circunstância,
acredito em vida intensa,
acredito que se sofra,
mesmo muito, por amor.

Adeus homens moderados,
adeus que sou diferente.
Compreendo a mulher que rasga
as vestes em grande dor
e sinto imensa ternura
pelo homem desesperado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário