Não me agradam esses homens
bem fracionados no tempo,
cedendo-se amavelmente
em todas ocasiões
e mais também não me agradam
os partidários tão vários,
de toda moderação.
Vou passando bem distante
desses homens comedidos
desses homens moderados. -
Antônio guarda seu vinho
muito mais de vinte anos
para bebê-lo mais velho;
Clara não estréia o vestido
quer outra oportunidade;
os noivos em castidade
bem além de doze anos
ainda apregoam o amor.
Os homens de ferro hoje
só sabem anunciar
uma mensagem de espera:
Aguarda a felicidade,
vê o momento oportuno,
não penses nunca em amor
nem sejas tão ansioso,
resiste à melhor viagem
desconhece a emoção. -
O hino dos comedidos
de todos bem fracionados
a humanidade invadiu.
Desejam oportuníssimos
sempre expelindo relógios,
aguardam os melhores instantes
subdivididos em prazos,
doutrinam sincronizados
sofrendo convencionais,
apenas grandes tristezas
creditadas nos jornais. -
Eu? Eu já sou diferente.
Não sei viver minha vida
entoada nesse hino,
esterilizada em prazos
de regras universais.
Não me situo na espera
e por profissão de fé
acredito em circunstância,
acredito em vida intensa,
acredito que se sofra,
mesmo muito, por amor.
Adeus homens moderados,
adeus que sou diferente.
Compreendo a mulher que rasga
as vestes em grande dor
e sinto imensa ternura
pelo homem desesperado.
sexta-feira, junho 11
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