terça-feira, maio 1

...um povo de lata...


- Continuou feliz como oficial depois da morte do Coronel?
- Não. Meus camaradas eram uns pulhas. O coronel dizia: “Rapaz, esses burguesinhos são aobrigados a mastigar trinta vezes porque te as tripas tão finas que um grão de ervilha não passa. Efeminados, cheios de vaidade e admiração por si mesmos, apavorados quando descobrem qualquer falha no cadarço dos sapatos, podres como uma perdiz faisadée e sempre certos da verdade. Isso é o que acaba comigo. Uns lambedores, de língua dormente de tanto lamber; certos de estarem sempre com a razão! E pedantes...pedantíssimos! Uma geração de pedantes com meio colhão cada um...”
Constance pôs-se a rir, enquanto lá fora a chuva desabava.
-Oh! Como ele os odiava!
- Não. Não chegava a tanto. Apenas desgostava-se deles. Há uma diferença. Desgostava-se, dizia, porque soldados também ficam pedantes e sem colhões, e de tripas finas. Parece que o destino da humanidade é caminhar pra isso.
- Até os homens do povo, os operários?
- Todos. O fogo está morrendo. Os automóveis, os aviões, o cinema sugam tudo o que lhe resta. Creia-me: cada geração produz outra mais degenerada, com tubos de borracha em vez de intestinos e pernas e cara de lata. Um povo de lata. Uma espécie de bolchevismo mata o homem para entronizar o mecanicismo. O dinheiro, o dinheiro! Todo mundo moderno só pensa numa coisa: matar no homem o velho sentimento humano e reduzir Adão e Eva a picadinho. Todos a mesma coisa. Todos fazem o mesmo: aniquilam a realidade humana. Uma libra pra cada prepúcio, duas libras para cada par de colhões! O que é a cona hoje usada senão como uma máquina de fornicar? Por toda a parte a mesma coisa. Deem-lhes dinheiro para que suprimam todo o fogo da humanidade e só restem máquinas trepidantes.
Mellors tinha o rosto avivado pela ironia e o sarcaso, e os ouvidos atentos a tempestade lá fora.
- Mas será que isso não vai acabar nunca? – inquiriu Constance.
Sim, há de acabar. O mundo realizará sua salvação. Depois de liquidado o último homem verdadeiro, depois que todos estiverem domesticados, todos, brancos, pretos, amarelos, então todos enlouquecerão. Porque a raiz de tudo está nos colhões. E farão um grande auto de fé. Sabe o que um auto de fé significa? Pois farão seu magnífico pequenino auto de fé e se imolarão entre si.
- Quer dizer que matarão uns aos outros?
Sim, minha cara. Se continuarmos neste passo, em cem anos não haverá nesta ilha mais de dez mil pessoas; talvez menos. Gentilmente destruirão a si mesmos, os loucos.
Trovões rimbombavam lá fora.
- Que lindo será! – disse Constance
- Delicioso! Nada mais calmante do que imaginar o extermínio da raça humana e o longo intervalo que se escoará para que venha uma raça nova. E se continuarmos assim, se todos, intelectuais, artistas, governos industriais, operários, toda essa gente continuar a trucidar com frenesi o que resta de sentimentos humanos, de intuição, de boas intenções, se isso continuar em progressão geométrica, ah, então adeus espécie humana. Adeus, meu amor! A serpente irá devorar a si mesma e deixará um vazio em terrível desordem, mas não irreparável. Coisa maravilhosa! Cães selvagens latindo aqui em Wragby; cavalos selvagens galopando à beira do poço de Tevershall! Te Deum laudamus!
Constance ria, mas sem contentamento.
- Mas então deve gostar que sejam todos bolchevistas, pois assim apressam o desfecho!
-Oh, sinto-me encantado. Não os detenho, e não poderia, se o quisesse.
- Porque se mostra tão amargo então?
- Não sou amargo! Se meu galo canta pela última vez, que me importa?
- E se tiver um filho?
Mellors baixou a cabeça.
- Acho má ideia por uma criança num mundo como este.
- Não, não! Não diga isso! – suplicou Constance. – Já carrego comigo uma. Diga que vai ficar contente! – e pousou a mão sobre a dele.
- Serei feliz se a ver feliz. Mas, para mim, isso parece um ato criminoso: fazer alguém nascer.
- Ah! – exclamou Constance revoltada. Sendo assim não poderia realmente querer-me.
Mellors silenciou um momento, de rosto sombrio – e lá fora a chuva continuava a cair.
- Não é bem assim – disse afinal. – Há outra verdade.
Constance sentiu que aquele amargor provinha em parte de sua ida a Veneza – e a ideia a fez feliz. Subitamente descobriu-lhe o ventre e beijou-lhe o umbigo; e, abraçada à sua cintura quente, ficou de rosto encostado à sua pele. Estavam ambos sozinhos no dilúvio.
- Diga-me que quer um filho – murmurou Constance acariciando-lhe o ventre com o rosto. Diga!
- Está bem! – exclamou Mellors pro fim, e ela sentiu uma estranha mudança no corpo do seu amante. – Tenho pensado algumas vezes de o experimentarmos aqui mesmo entre os mineiros Se alguém pudesse dizer-lhe “Pensai em outra coisa que não o dinheiro!” Vivemos demais pelo dinheiro, as nossas necessidades não são muitas...
O rosto de Constance friccionava carinhosamente a barriga, enquanto uma das mãos ela segurava seus testículos. O pênis fremia mas não se levantava. Lá fora, uma chuva torrencial.
- Viver para outra coisa. Que nosso fim não seja unicamente ganhar dinheiro, nem para nós mesmos nem para o que quer que seja. Somos hoje forçados a isso. A ganhar um pouco para nós e muito para os patrões. Renunciemos a isso, gradativamente. Para que tanta fúria? E retrocedamos. Contentemo-nos com pouco dinheiro, porque, no fundo, temos necessidade de muita pouca coisa. Quem tomar essa firme resolução escapará da desordem.
Mellors silenciou por um instante; depois:
- Eu lhes diria: “Olhai Joe! Vedes como vai e vem, vivo e alerta. Soberbo! E vede Jonas! Pesado, frio, porque não se anima nunca. Olhai para vós mesmos: um ombro mais alto que o outro, pernas tortas, pés deformados! Que resultou de tanto trabalhar? Estragos. Tirai a roupa e examinai-vos. Deveis ser vivos e belos, e estais feios e semimortos”. Eu lhes diria isto. E obrigaria os homens a adotarem outras vestes, Talvez calças colantes, de um vermelho vivo, e curta camisa branca. Ah! Se os homens tivessem belas pernas vermelhas, só isso os faria mudar num mês. Voltariam a ser homens! As mulheres que se vestissem à sua vontade, porque, com homens de pernas vermelhas, todas as mulheres voltariam a ser mulheres. Se as mulheres são forçadas a virar homens, é porque os homens o deixaram de ser. Depois destruir Tevershall e erguer algumas belas construções que nos contivessem a todos. E limpar a região e não ter muitos filhos, porque o mundo está superlotado.
Mas não faria sermões aos homens. Apenas os poria nus dizendo: “Olhai. Vede-vos. É a isso que se reduz a quem só trabalha por amor ao dinheiro. Vede Tevershall. É horrível!... Por quê? Foi construída enquanto todos trabalhavam pelo dinheiro. Vede vossas mulheres! Não se apegam aos homens porque os homens não se apegam a elas. Por quê? Porque o tempo todo foi passado na caça ao dinheiro. Não podeis nem falar, nem mover-nos, nem viver. Sois incapaz de satisfazer uma mulher. Não sois vivos. Vede, examinai-vos a vós mesmos.”
Fez-se uma pausa de completo silêncio na cabana. Constance escutava, sempre com a cabeça no colo do amante, a trançár seus pelos um miosótis colhido na floresta. Lá fora, a chuva serenava...
- Você tem quatro espécies de pelos – disse ela. – No peito, duros e de um ruivo sombrio. Aqui, os pelos do amor formam um chumaço ruivo-alourado. São os mais belos de todos.
Baixando a cabeça, Mellors viu os pequeninos miosótis trançado nos seus pelos ruivos.
- Sim, aí é o lugar dos miosótis. Mas será que o futuro não a interessa?
- Porque eu, quando penso que a raça humana condenou a si própria com tanta baixeza, acho que até as colônias não estão bastante longe. A Lua mesmo estaria muito perto; de lá ainda enxergaríamos esta Terra suja, insípida, vagando entre as estrelas, esta Terra que os homens tornaram repugante. Eu me sinto como se bebesse bílis e ela estivesse devorando minhas entranhas; sem nenhum lugar bastante longe pra servir de refúgio. Só quando estou ocupado esqueço disto. Mas é uma vergonha o que o homem fez do homem nestes últimos cem anos; todos transformados em formigas do trabalho, privados da virilidade, da vida. Eu varreria as máquinas da superfície da Terra e poria fim a era industrial, como um grande erro. Mas, já que não posso, e ninguém pode, só me resta ficar tranquilo e tratar de viver minha própria vida – se é que tenho uma vida a viver, do que duvido um pouco.

A trovoada emudecia lá fora, mas a chuva tinha recomeçado forte. Ouviam-se relâmpagos longínquos, espaçados. Constance não se sentia satisfeita. Ele falara por muito tempo e, no fundo, não falara a ela, senão a si mesmo. Parecia completamente empolgado pelo desespero. Mas adivinhava a causa de tudo isto: o seu passeio a Veneza – e isso valia um pequeno triunfo.
Constance abriu a porta e olhou a chuva torrencial caindo como cortinas de aço. Veio o ímpeto de lançar-se ao léu.
Voltou, tirou rapidamente a roupa, desnudou-se toda enquanto ele prendia a respiração. Seus seios pontudos dançavam aos menores movimentos. Pele de marfim na luz vermelha. Calços os sapatos de borracha e saiu correndo para a chuva, como uma selvagem, seios erguidos, braços abertos, dançando uma das danças rítmicas que aprendera em Dresdan. Corria de um lado pro outro, e era uma estranha forma pálida que se abaixava e curvava, ora avançando, ora recuando, ora baixando-se de modo que as nádegas dessem ao homem num ato selvagem de submissão.
Mellors riu automaticamente, e também tirou a roupa. E lançou-se para fora, nu e branco, seguido de Fossie, que latia com frenesi. Toda escorrendo qual uma cascata, Constance voltou o rosto e viu-o. Corria, e ele só via uma cabeça redonda e um dorso molhado, inclinado para a frente pela fuga, e nádegas arredondadas e brilhantes de chuva: uma admirável e encolhida nudez de mulher em fuga.
Constance foi por fim alcançada e abraçada. Deu um grito e sua massa de carne doce e fresca entregou-se. Ele a apertou inteirinha contra o peito, loucamente – àquela massa de carne feminina, macia e fria, que o contato tornava quente como o fogo. E a chuva escorria sobre eles e fumegava... Mellors tomou-lhe os seios encantadores, um em cada mão, e apertou contra si freneticamente, e ficou imóvel a fremir na chuva. Depois, de súbito, derrubou-a no chão e a possuiu rapidamente, prontamente, como um animal.

terça-feira, julho 5

#101 - Everette Lee DeGolyer, o branco mais preto Dazarábia

... Ficou conhecido posteriormente como o “Tempo dos cem homens”... Foram os anos de guerra, quando a quantidade de homens trabalhando com petróleo na Arábia Saudita estava reduzida a cem...
No final de 1943..... a esses “cem homens” juntou-se mais um: EVERETTE LEE DEGOLYER!!!...

• Nenhum outro homem representou com tanta singularidade a indústria petrolífera americana e sua vasta expansão na primeira metade do século XX do que DeGolyer...
• DeGolyer foi, mais do que ninguém, o responsável pela introdução da geofísica na exploração de petróleo...
• Ele foi o pioneiro no aperfeiçoamento do sismógrafo, uma das mais importantes inovações na história da indústria petrolífera...
• DeGolyer, com sua cabeça leonina, era uma figura conhecida e muito respeitada nas assembleias da indústria petrolífera, nas quais suas palavras tinham uma grande força...

Já havia profetizado, em 1940....

“Em toda a história da indústria petrolífera nenhuma galáxia de campos de petróleo de primeira grandeza havia se revelado sobre uma área tão extensa. Serei ousado o suficiente para prognosticar que a área sobre a qual estivemos conversando será a região mais importante do mundo nos próximos anos.”

Ao fim da guerra, os trabalhos começaram...

“Três estruturas já haviam sido abertas na Arábia Saudita, com reservas estimadas em 750 milhões de barris. Porém, a identificação de tais estruturas dava a entender que as reservas poderiam ser muito maiores. O mesmo se aplicava a outros países ao longo do Golfo. O cansaço físico fora muitas vezes recompensados. DeGolyer era um homem do petróleo e para ele o deserto árido da Península Arábica era um Eldorado, a essência da lenda. A emoção tomou conta dele, pois reconheceu que estava investigando algo para o qual não havia precedentes na história da indústria petrolífera. Mesmo ele, que já havia descoberto um poço que jorrava 110 mil barris por dia, jamais tinha visto algo em uma escala tão imensa, no decorrer dos seus cinquenta anos de experiência no negócio.”

DeGolyer retorna a Washington:

“Irã, Iraque, Arábia Saudita, Kwait, Bahrain e Catar – era equivalente a algo em torno de 25 milhões de barris. Desse total, a Arábia Saudita era responsável por 20% - talvez 5 bilhões de barris”

Mas na verdade......
....ele suspeitava que as reservas fossem muito......
.......muito maiores!!!!!!

.............estimativas insanas!!!!..........

300.000.000.000 para a região!!!!!!!

100.000.000.000 apenas para Arábia Saudita!!!!!!

....

O PETRÓLEO NESSA REGIÃO É O MAIOR PRÊMIO ISOLADO EM TODA A HISTÓRIA!!!!

......................................O centro de gravidade mundial estava se deslocando!

quarta-feira, junho 15

devir-ser-humano

Resta, acima de tudo, essa capacidade de ternura
Essa intimidade perfeita com o silêncio
Resta essa voz íntima pedindo perdão por tudo
- Perdoai! eles não têm culpa de ter nascido...

Resta esse antigo respeito pela noite, esse falar baixo
Essa mão que tateia antes de ter, esse medo
De ferir tocando, essa forte mão de homem
Cheia de mansidão para com tudo que existe.

Resta essa imobilidade, essa economia de gestos
Essa inércia cada vez maior diante do Infinito
Essa gagueira infantil de quem quer balbuciar o inexprimível
Essa irredutível recusa à poesia não vivida.

Resta essa comunhão com os sons, esse sentimento
Da matéria em repouso, essa angústia da simultaneidade
Do tempo, essa lenta decomposição poética
Em busca de uma só vida, uma só morte, um só Vinicius.

Resta esse coração queimando como um círio
Numa catedral em ruínas, essa tristeza
Diante do cotidiano; ou essa súbita alegria
Ao ouvir na madrugada passos que se perdem sem memória.

Resta essa vontade de chorar diante da beleza
Essa cólera cega em face da injustiça e do mal-entendido
Essa imensa piedade de si mesmo, essa imensa
Piedade de sua inútil poesia e de sua força inútil.

Resta esse sentimento da infância subitamente desentranhado
De pequenos absurdos, essa tola capacidade
De rir à toa, esse ridículo desejo de ser útil
E essa coragem de comprometer-se sem necessidade.

Resta essa distração, essa disponibilidade, essa vagueza
De quem sabe que tudo já foi como será e virá a ser
E ao mesmo tempo esse desejo de servir, essa
Contemporaneidade com o amanhã dos que não têm ontem nem hoje.

Resta essa faculdade incoercível de sonhar
De transfigurar a realidade, dentro dessa incapacidade
De aceitá-la tal como é, e essa visão
Ampla dos acontecimentos, e essa impressionante.

E desnecessária presciência, e essa memória anterior
De mundos inexistentes, e esse heroísmo
Estático, e essa pequenina luz indecifrável
A que às vezes os poetas dão o nome de esperança.

Resta essa obstinação em não fugir do labirinto
Na busca desesperada de uma porta quem sabe inexistente
E essa coragem indizível diante do grande medo
E ao mesmo tempo esse terrível medo de renascer dentro da treva.

Resta esse desejo de sentir-se igual a todos
De refletir-se em olhares sem curiosidade e sem história
Resta essa pobreza intrínseca, esse orgulho, essa vaidade
De não querer ser príncipe senão do seu reino.

Resta essa fidelidade à mulher e ao seu tormento
Esse abandono sem remissão à sua voragem insaciável
Resta esse eterno morrer na cruz de seus braços
E esse eterno ressuscitar para ser recrucificado.

Resta esse diálogo cotidiano com a morte, esse fascínio
Pelo momento a vir, quando, emocionada
Ela virá me abrir a porta como uma velha amante
Sem saber que é a minha mais nova namorada.

a arte mais bonita da cidade...

...Ninguém se assemelha menos ao artista , no que ao seu espírito e objetivos diz respeito , do que os que empregam os mesmos artifícios que ele. A arte do publicitário só é compreensível se estudarmos a mente do vendedor. Cada tem por finalidade vender o seu produto e para tal exagera-lhes as virtudes e suprime-lhe os defeitos. O ilustrador encontra a sua alma gêmea no repórter noticioso ou no fotógrafo que trabalha para os jornais: a verossimilhança das descrições que faz depende daquilo que surge como real aos olhos do patrão. O pintor retratista (o texto foi escrito nos anos 40, troque por cineasta da pobreza) que está muito em voga aproxima-se dos bajuladores da corte, cuja hipocrisia é escada para o sucesso material. E o homem que encomendou alguns quadros porque ficam bem em cima do sofá, ou o decorador e o estilista, partilham a mesma intenção do fabricante, cuja a função é temperar o luxo com os prazeres do sentido.
Não estamos aqui nem para moralizar nem para segregar a arte, distribuindo-a por patamares de qualidade (mas eu estou!). Cada qual com sua obra, e que execute bem, para dela retirar as recompensas que lhe forem mais proveitosas. (momento politicamente correto, mas agora ele volta certeiro) ---->
Mas temos que procurar alhures se quisermos encontrar na ação humana as analogias que irão nos esclarecer acerca das atividades dos artistas. O poeta e o filósofo São quem fornecem a comunidade os objetivos de que o artista também participa. A principal preocupação, que tem, como o artista,é a expressão, em concreto, das suas próprias concepções de real. Como os artistas, lidam com a verdade do tempo e do espaço, da vida e da morte, com os píncaros de exaltação e as profundezas do desespero. A preocupação com estes problemas eternos forja um terreno comum que transcende a disparidade dos meios solucionados para os solucionar. E é da linguagem do filósofo e do poeta, e das outras artes que partilham o mesmo objetivo, que temos que falar se quisermos estabelecer um equivalente verbal para o significado de arte.

domingo, março 6

Eu tonoar coaglobeleza

Não consegui chegar a nada, nem mesmo tornar-me mau: nem bom nem canalha nem honrado nem herói nem inseto. Agora, vou vivendo os meus dias em meu canto, incitando-me a mim mesmo com o consolo raivoso - que para nada serve - de que um homem inteligente, não pode, a sério, tornar-se algo, e de que somente os imbecis o conseguem. Sim, um homem inteligente precisa e está moralmente obrigado a ser uma criatura eminentemente sem caráter; e uma pessoa de caráter, de ação, deve ser sobretudo limitada. Esta é a convicção dos meus trinta anos; e trinta anos são, na realidade, a vida toda; de fato, isso constitui a mais avançada velhice. Viver além dos trinta é indecente, vulgar, imoral! Quem é que vive além dos trinta? Responda-me sincera e honestamente. Vou dizer: os imbecis e os canalhas.

segunda-feira, dezembro 6

Básico 1

http://ventriloquo.org/2010/04/08/ateu-gnostico-teista-e-agnostico/

Xandão

Interessante a linha de raciocínio a partir do modelo gráfico que ele cria. Mas para mim a idéia do gráfico apesar de ser divertida é absurda e eu não consigo me encaixar nele, uma vez que acho que o gráfico não faz sentido, explico.

Eu, consciência do Guimbão, estou preso no tempo (vivo em 2010 depois do Hómi) e estou preso no espaço (um corpo bem acabado, modéstia a parte, branquelo, com alguns pêlos)... ou seja, por mais que eu me ache inteligente (e sou) eu NUNCA vou poder ter uma noção do todo, pois estou preso no tempo, no espaço e nos meus sentidos, e isso não só eu, mas como qualquer coisa em qualquer tempo da história. E como Deus é a representação do todo, mas nunca nada na história, a não ser o próprio todo, pode saber do todo, qualquer pessoa que se coloque como gnóstico para mim é burro ou megalomaníaco. Sim, sou agnóstico.

Sendo assim, eu Guimbão, uma vez que assumi minha limitação de nunca poder saber o que é o todo (eu acho isso a maior beleza de todas...já me faz recordar os primeiros versos de Tabacaria) teria que ser burro ou megalomaníaco em dobro do gnóstico, pra uma vez sendo agnóstico, acreditar ou não em Deus. Uma pessoa verdadeiramente agnóstica simplismente não tem crença nem descrença em Deus, ela não se preocupa em crer ou não, ela tem experiências durante a vida, impressões e faz seu conhecimento, seu saber nascer a partir disso. Claro que eu posso ter crenças e fés em certas coisas, e vivenciar experiências que não consigo explicar...mas isso se deve ao fato de eu ser ignorante (quantas e quantas civilizações não sabiam explicar o porque o Sol nasce) e não de existir Deus, para mim a colocacão de Deus é sempre uma resposta da vaidade humana que não assume que realmente não pode falar sobre certo fenômeno. Por isso a beleza da evolução, e de se estudar história e de ver que o conhecmento é feito através de milhares de homens e de várias gerações. Citando o Tio Beleuza:

"Não chegar ao ponto em que não se diz mais DEUS, mas ao ponto em que já não tem qualquer importância dizer ou não dizer DEUS."

beijo a todos

Deus

quarta-feira, outubro 27

A little help from my friends... #02

querem ver um homem de verdade fazer política de verdade, vejam o Patch Adams no Roda Viva, está no youtube na íntegra.

Então, foi por tudo isso e mais um pouco que ironizei o título "Um gênio do povo"

Agora respondendo a sua pergunta

Acho que discutir "situação político-institucional-econômica-social-cultural" fechando o contexto em qualquer limite que seja (nesse caso nação: Brasil) um erro. Qualquer debate sério leva em conta a sobrevivência da espécie humana como um todo e não micro exemplos fechados dentro de um sistema. Nenhum, digo NENHUM líder mundial coloca isso como sua principal questão....não vi em nenhum líder de grandes potências falar que sua principal política externa é fazer com que o mundo não gaste dois trilhões de dólares por ano fazendo armamentos militares (com esse dinheiro vc acaba com a fome na Terra, em Saturno e em Júpter).......não vi nenhum líder de grande potências dizendo que seu principal programa é gradativamente terminar com as relações monetárias entre os homens, começando com a extinsão e paraísos fiscais, depois com criações de programas de escambo .....nunca vi nenhum líder de grande potência dizendo que o importante é a diminuição do modelo consumista em que a gente vive, então se o PIB não crescer mas se as pessoas foram mais educadas, saudáveis e felizes foda-se o PIB.....nunca vi um líder mundial dizendo que o sonho dele de futuro é ver outros animais atingindo níveis de conciência parecidos com os dos homens..... nunca vi um líder mundial dizendo que não adianta desenvolver tecnologias se não democratizarmos a informação pra todos..... nunca vi nenhum líder mundial dizendo que se nós não aprendermos a desenvolver outros tipos de relações humanas que não sejam baseadas na exploração e no trabalho não há esperança pra espécie humana....nunca vi nenhum líder mundial dizendo que se foda se o meu país ta indo bem se os outros tão na merda pq todos somos seres humanos iguais...... Nunca, sinceramente nunca nenhum líder mundial falou honestamente comigo como vários amigos, filósofos, poetas, músicos e malucos afins falaram comigo.

Isto posto, sou uma pessoa otimista, acho realemente o governo Lula o melhor governo que o Brasil já teve anos luz na frente de qualquer outro, e que principalmente, nós brasileiros temos uma oportunidade como nunca tivemos antes, não só pela conjuntura em que vivemos mas pela amabilidade do povo, já que o amor é a única forma de inteligência de fato. Fico triste as veze por ver amigos tão inteligentes (como a maioria desse grupo) se contentarem com qualquer emprego e não precerber na pele que só se vive uma vez e que pode como qualquer um ser protagonista da história. Mas para mim a transição do governo FHC pro Lula é como uma mulher que era estuprada pelo marido todo dia e espancada pelos amigos dele dizer que agora ta tudo bem porque só apanha dia sim dia não.

O Lula é um gênio e um grande líder no contexto atual? Sem dúvida alguma!

O Lula é um genio e um grande líder na minha visão? NEM FUDENDO!!!

Por isso que quando digo que estou ha anos luz de Serras, Dilmas, e afins não digo isso num tom de niilismo, de estar me fudendo pro mundo.... digo isso pela simples certeza de que esse bandidos nunca vão chegar no nível que eu cheguei como ser humano.

Abs

Guimba

A little help from my friends... #01

Resposta ao grande amigo Paulada que me indagou porque eu ironizei o título da entrevista "Lula é um gênio do povo" na Carta Capital http://www.cartacapital.com.br/destaques_carta_capital/%E2%80%9Clula-e-um-genio-do-povo%E2%80%9D e que me perguntou o que eu acho da situação político-institucional-econômica-social-cultural do Brasil no momento.

Bem Paulada, vai ser longo, mas vamos lá.

Li toda a entrevista! Entrevista excelente. Concordo com ela veementemente quando diz que o Lula é um gênio, e é sim (dentro do contexto atual), ela diz que ele é um intelectual orgânico, gostei desse conceito. É o que ele é, no livro de memórias do Lula tem um trecho que ele diz: "foda-se o Marx, ele está morto e eu estou vivo!".. Isso já mostra a força e inteligência do cara que sabe que é com ele que tem que resolver, que sabe que faz história e que utiliza as referências que têm pra refinar suas ações e não ficar repetindo como papagaio de pirata qualquer merda que lê.. Aliás, essa sempre foi minha grande crítica ao movimento estudantil, e aos diretores de CAs da vida, uma cambada de gente completamente acéfala e que só reproduz um discurso morto pelo tempo. Por isso nunca me envolvi nisso apesar de não pensar em outra coisa que não seja política, pode ter sido um erro meu não ter investido nisso desde jovem e me afastar desde início pra estudar por minha conta, enfim, escolhas da juventude.

Discordo dela quando diz que ele é do povo, mas aí mais por conceito do que eu entendo como povo do que por outra coisa. O fato dele ter vindo de classe baixa não faz dele um presidente do povo. Povo nunca é presidente, povo é sempre o que sofre a ação e nunca a força de afirmação. Pois se um dia ele se torna o protagonista, o que gera a ação ele deixa de ser povo pelo próprio conceito da palavra. A utilização da palavra povo é uma forma ingênua (e muito bem vendida pelos marketeiros) de apaziguar conflitos múltiplos e diversos: o conflito que vive o seringueiro do Pará é diferente do motoboy que mora em Itaquera, do pescador de Recife, e do playboy que vai esquiar na Suiça todo inverno. Um presidente tem que se assumir aristocrático, informar ao "povo" que ele tem informações que alguém que faça Jornalismo na USP e trabalhe num bar, ou de alguém que fez Turismo e dirige uma produtora nunca vai ter, porque se for pra utilizar a palavra povo, nós sim somos do povo, nós sim somos quem sofre a força e não quem a exerce. Eu não tenho força de nenhuma grande instituição ou em uma grande coorporação, vc tem?

É isso que sempre critíco e digo que todos são bandidos (juro que vou responder sua pergunta inicial, só vou terminar minha divagação) o presidente da república não vem até mim como meu pai sempre veio por exemplo, querendo me educar e não me convencer por convencer como TODOS os políticos fazem (e isso inclui os pequenos como PSOL). O Lula é um exímio negociador, o filho dele está milionário agora, se ele chegasse na TV e dissese "pessoal, política é assim mesmo, eu sou um negociador, já que tinha que ser de alguém que seja de alguém da minha casta, proque eu tenho na verdade boas intensões ao invés dos pilantras entregusitas que sempre governaram esse país"...eu iria concordar com ele? De forma alguma, mas pelo menos ele teria sido honesto, ou 'Coloquei o Hélio Costa no Min da Comunicação, aprovei o padrão digital japonês sem consulta pública, e nem fiz questão de rever as concessões de mídia porque se eu mexer com a Globo eu não consigo governar e to fudido" ai sim poderia até pensar que ele é um presidente do povo, um cara que vê o que acontece e reporta... e não me venha me falar que se ele falar assim o "povo"não entende porque é mentira!!!! Isso sim é ranço burguês, ter que falar "Para o povo" como se ele fosse um coitado e acéfalo e não você (presidente, não vc Paulada) um sem-vergonha e picartea, já viajei o Brasil inteiro e sempre falei com qq pessoa igual falo com vcs e sempre fui compreendido... caráter e ética qq ser humano entende.

Só para encerrar essa questão, numa QiB veio lá o Zílio Zílio cagando regra pra Dilma em cima de mim, eu quase praticamente não vejo TV (não tenho TV a cabo e vejo raramente os jogos do Corinthians, até hoje não sei qual a cara da Lady Gaga, que soube que existia há um mês atrás por causa do meu sobrinho), mas no dia que vi apareceu o Lula pedindo votos pro Netinho, no melhor estilo Maluf (se vc me apoia então vote nele!).......Netinho???? Esse marginal filho-da-puta que bate na mulher, um fingindo, hipócrita, que vive da imagem de ser minoria por ser negro e ter nascido pobre.... Enfim, relatei o fato ao Zilio e perguntei se ele falaria isso na TV, sabendo da índole do Netinho, e claro ele me respondeu da mesma forma que todos os militantes a Dilma "cara, isso é política, vc tem q ceder de um lado pra ganhar do outro"......Isso é política o CARALHO, isso é apenas uma forma de fazer política, aliás, uma forma covarde, vil e manipuladora.... Todo mundo faz política, todos os dias.... eu NUNCA vincularia minha imagem pra falar em votar num vagabundo desses, se novamente o Lula cehgasse e dissesse: "O Netinho é um vagabundo, hipócrita mas melhor que ele do que os outros bandidos, então pra não fuder de vez e eleja ele por favor" seria menos pior, mas nem isso.

quinta-feira, setembro 16

Suíte de Quelemeu

Vamô dançá tudo nu…tudo nu…
Tudo com dedo no cu, menos eu...
Tudo com a bunda de fora, é agora...
Ocê disse que dava e não deu...
Espora no pé tá tinino, tá tinino...
Pica no cu tá sumino, tá sumino...
Larga teu marido muié, e vem foder mais eu...
Teu marido é bão muié, mas não fode como eu...
A foda é boa é de madrugada é de manhã cedo não vale nada...
A pica tá dura que tá danada ela entra enxuta ela sai moiada...
A muié de compadre Mané Pedro... tem cabelo no cu que faz medo...
Ela chorava, ela gemia, era os cabelos do cu que doía...
Ela chorava, ela gemia, era os cabelos do cu que doía...
Eu pilei mio no pião de sapucaia que bicho que mata homem mora debaixo da saia donde a pica trabaia.

sexta-feira, setembro 10

Sonho Beck-Ttiano Ato Final

W. Allen revira mais uma vez seus bolsos

WA
Achei! Sabia que tinha um isqueiro aqui! (e acende o baseado)

CN
Ele tem fogo!!!! (eufórico)

CN
Ele tem fogo!! (grita mais eufórico tentando chamar a atenção de CV, que continua distante olhando pro lado oposto)

CN vai correndo em direção ao CV,

CN
Ele tem fogo!!!

CV
Quem?? (surpreso)

CN
Ele! (ao virar e apontar pro W. Allen já não há mais ninguém lá!)

CV
Quem?

CN
Não sei!
(pausa)

CV
Cadê meu baseado?

CN
Ele levou!

CV
Quem?

CN
Não sei!

CV
Mas era meu baseado!

CN
Mas era o fogo dele!

CV
É!
(pausa)

CV
O que eu estou fazendo aqui?

CN
Bem, me diga você. O sonho é seu!

CV
Ando tão sem imaginação que até os meus sonhos são Beckettianos. Olha eu aqui, falando comigo mesmo mais novo. Não a nada mais inocente do que achar que passa informação e sensibilidade verdadeiras com esse tipo de diálogo, há 100 anos atrás até acredito q podia fazer algum sentido mas...

CN
(interrompendo CV) Hummm... a voz pura da razão falando, acho que você está acordando.

CV
Estou?

CN
Bem, mesmo se você não estiver eu estou indo embora!

CV
Mas eu não quero acordar?

CN
Como não?? Não há luz nenhuma aqui!!!

CV
Mas é seguro!

CN
(gargalhando) É sim! (irônico) Relaxe. Olhe o lado bom, não é bem Godot q vc está esperando....

Sonho Beck-Ttiano Ato #11

WA
Mas porque eu to falando isso pra vocês? Vocês não são minha terapeuta!

CN
Sua história me lembra algo!

CV
Pra você também?

CN
Pra mim o quê?

CV
A história dele também me faz recordar de algo.

CN
Então deve ser algo que aconteceu conosco há muito tempo atrás, para nós dois termos a mesma recordação.

CV
É verdade!

CN
Mas não lembro?

CV
Vamos, se esforce, você é mais novo! (irritado)

CN
Não lembro!

W. Allen interrompe a conversa, e com um gesto sugere que quer fumar o baseado que está na boca de CV.

WA
Você se importa?

CN
Ah, você fuma!

WA
Não, não fumo. Eu tenho muito medo de câncer ou de algum, enfisema, parada cardíaca, ou qualquer coisa do tipo..Mas vocês não param de falar, e, e... eu não estou no meu sonho, o único câncer que eu posso ganhar seria aqui mesmo, que na verdade seria uma benção....

W. Allen procura alguma coisa no bolso

WA
(perguntando ao CV) Você tem algum fogo?

CN
Hahahahahahahahhaha

CV
Acho que sim, deixa eu procurar aqui! (começa a revirar os bolsos)

CN
Eu acho que não! (rindo)

CV
Se eu não me engano estava neste outro bolso aqui (continuando a revirar os bolsos)

CN
Eu acho que não! (rindo)

WA
Bem, não importa! (e fica com o baseado apagado na boca)
(pausa)
CN vai e cutuca o ombro do W. Allen

CN
Não tem nenhuma luz aqui!

WA
Como assim não há nenhuma luz?

CN
Não há, nós estamos no sonho dele! (aponta pra CV)

CV
(olhando para o infinito) Em pensamento: Cor Negra!

Sonho Beck-Ttiano Ato #10

WA
- Ora, fiquem quietos, eu estava dizendo a minha terapeuta que um dia estava no bar de um hotel, bebendo um whisky, quando de repente não sei de onde, um cara aparece, olha pra mim e diz: Vc me parece infeliz!

CN
- É verdade, vc também!

WA
- Comecei a responder pra ele que o certo não era infeliz, até por que eu não estava infeliz, era melancolia. Mas ele foi amável, me explicou até que melancolia vem do grego: cor negra.. e eu disse que para mim era difícil de sair de uma história minha e entrar no mundo alheio de uma vez...Ainda mais se alguém chega no meio de suas divagações e te indaga de supetão: Você me parece infeliz! Eu teria q ser o que? O poço da felicidade, um integrante do Big Brother pra poder responder q não, você me entende, ele me acertou......Dai eu acho que fiquei um pouco atordoado, que eu não fui eu mesmo quando conversei com ele, fui mais defensivo..eu não sei, me senti um idiota...

CV
- Bem vindo ao clube!

WA
- Daí em seguida fui pro meu quarto e pensei, poxa, o cara é gente boa, atencioso, parecia um cara legal de conversar....e é sempre bom conversar....eu não conseguiria ter aquelas conversas de elevador, nunca consigo, ainda mais naquele momento... preferia morrer....mas eu sei que não teria essa conversa com ele....seria aquelas conversas sobre estrelas, tempo, de quem já enfrentou a certeza da morte.....você sabe, esse tipo de coisa.

CN
- Ele tem certeza da morte também! (apontando pro CV)

WA
- Pensei, poxa, quero conversar com ele novamente: daí comecei a imaginar o que falaria pra ele, até porque não queria parecer um idiota como fui da primeira vez com ele, não que eu tenha sido, você sabe, mas eu me senti........... Pensei então: já sei! Vou chegar pra ele, e dizer: - É bom achar alguém pra conversar sabe?

CV
- Oba mais um!

WA
- E continuaria a falar pra ele: Nós quase nunca conversamos. Não digo eu e você, mas nós, humanos...Um diálogo assim, você sabe..... Aposto que ele iria se identificar com isso e teríamos uma conversa bacana.....
Mas .... Ai está o problema!!!
Eu achei que a conversa poderia ser tão bacana que eu acabei ficando no meu quarto imaginando como seria o diálogo e desenvolvi toda conversa sozinho, escrevi toda ela e coloquei no roteiro do meu próximo filme. Foi delicioso, resolveu meu problema pra uma cena que eu estava há semanas escrevendo, ia me dar bastante dinheiro, eu deveria estar feliz.....Mas agora eu estava enclausurado!!!
Eu não podia mais sair no hall do hotel!!! O que eu faria caso encontra-se ele novamente!!
Ele iria puxar uma conversa, eu sei, e eu iria responder o que: olha Sr, eu adoraria que tivéssemos essa conversa, mas nós já conversamos sobre isso a pouco... ou,ou... eu achei o senhor tão legal que resolvi conversar sozinho...era, era impossível..... eu sei, poderia conversar com ele como se nada tivesse acontecido, mas como eu ira olhar pra ele? Eu me conheço, se eu olhasse nos olhos dele ia lembrar do diálogo e eu ia acabar parecendo um idiota......novamente!!!..... Enfim, ele iria me achar um louco de qualquer maneira.

CN
Uma nau cheio deles!

CV
De terapeutas!

sexta-feira, setembro 3

Sonho Beck-Ttiano Ato #09

CN
- Vamos conversar?

CV
- Vou dormir!

CN
- O que é isso, birra? (irritado)

CV
- Não, é sono!

CN
- Sono, sonhos.....somos?

CV
- Que filólogo! (ironizando CN)

CN
- Que filósofo (ironizando CV)

Ouvem-se barulhos.

CV
- Espere, tem alguém aqui!

CN
- Woody Allen???

W. Allen aparece no sonho.
CV
- O que você está fazendo no meu sonho?

WA
- Não é o meu sonho?

CV
- Não, é meu.

CN
- Não, é dele!

WA
- Não pode ser!

CN
- Não?

CV
- Mas não está sendo?

WA
- Mas eu não estava aqui, eu estava na sala da minha terapeuta, eu ia dizer algo importante a ela....e de repente eu estou aqui...isso não faz nenhum sentido....

CV
- Ihhh...ele quer sentido!

CN
- A terapia é sonho?

CV
- A sua terapia? Ou o meu sonho?