segunda-feira, abril 19

... devir política #00...

...vamos falar de política, mas não o significado de política no sentido amplo e correto, aquela que condiciona suas relações, a formação de sua subjetividade, seus desejos, ações e até a idéia que você tem de si mesmo. Não que este assunto não seja interessante, muito pelo contrário, ele é, e bastante. Mas por dois fatores simples: primeiro porque quero falar de outra coisa (só este fator já bastaria, mas enfim), e segundo porque sei que se falasse sobre isso, assim, de supetão, iria no máximo me dirigir à meia dúzia de pessoas.
Mas como quero falar sobre outra coisa e me dirigir a uma dúzia de pessoas, vamos falar sobre o significado comum que se tem política: eleição, partidos, cargos públicos e eticétera e tal. Como este ano tem eleição presidencial aí no Brasil, acho interessante abordar e aprofundar sobre um assunto que você com certeza não verá NENHUM partido abordar durante estas eleições, até porque, dentro da estrutura que eles são criados, o quanto mais eles mascararem isto melhor. E o assunto é bem simples, é que como todos os partidos estão focados única e exclusivamente no poder e em eleições em detrimento da ética e de propostas de governo, explico.
Quando se foca em eleição, você não está preocupado com que os eleitores entendam de política, ou seja, se conscientizem de como funciona o sistema de organização do poder e a partir disso façam sua escolha. Ao contrário, se sua preocupação principal é ser eleito você quer votos, simplesmente. E para ganhar bastante votos você precisa que vários eleitores acreditem em você, ou seja, você vende uma MENTIRA pro eleitor (propaganda política é o tipo de propaganda mais nefasta que existe, sabendo obviamente já do pleonasmo que é dizer “propaganda nefasta”). Aliás, eles querem que você entenda o mínimo de política para acreditar em qualquer baboseira que eles dizem.
Pegue o orçamento de qualquer campanha política, e veja lá quanto deste orçamento é gasto de forma coerente (informando o eleitor de como funciona a organização do poder ou pagando técnicos e pessoas especializadas para fazerem propostas de governo) e o quanto é gasto em marketing (eu, Satanás A, sou melhor que o Belzebu B e o Capeta C – eu, Satanás A amo você e creio em Deus - eu, Belzebu B sou experiente e sério – eu Capeta C, sou do povo). Centenas e centenas de milhões de reais são gastos em coisas completamente inúteis pra sociedade só para que o mundo real seja ocultado da maioria da população.
Discorda? Então me responda, você já viu algum partido gastar seu tempo na TV ou na rádio com um programas do tipo: “Assim funciona o TCU”, ou “Como funcionam as agências reguladoras” ou “Por dentro da Polícia Federal – cargos e obrigações”? Mas sejamos ainda mais práticos, em alguma campanha política você se sentiu tratado de forma honesta e não como um mero débil mental que engoliria qualquer merda que falam pra você. Bem, eu não. As experiências que eu tenho é andar na rua e na banca de jornal ver a capa da revista Veja com um close do semblante do Serra com uma cara que me recorda o título do livro do Oliviero Toscani “A propaganda é um cadáver que nos sorri” ou ligar o rádio e escutar um jingle maldito com uma música feita apenas para não sair da sua cabeça com uma letra infame "o PT é nosso, o PT é do povo".
Então o foco na eleição (vencer por vencer) vai exatamente em oposição a ética, pois todo o marketing é desenvolvido de uma forma hipócrita, em que as pessoas que o produzem claramente não acreditam no que elas estão falando, ou alguém acha aqui que o José Dirceu por exemplo realmente acredita que o PT é do povo? Aliás, uma boa pergunta seria pedir pra alguém definir o que é povo. Com uma população com consciência política qualquer eleição se focaria nos programas de cada proposta de governo, e não no carisma do candidato, de onde ele veio, se ele tem cara de bonzinho e qualquer bobagem semelhante que ainda infelizmente influencia os seres humanos a confiar e votar no outro (e não são só os de baixa renda não viu seu basbaque). Não é de se espantar que o governo Lula, apesar de ter sido o melhor governo de longe na história do Brasil, foi cretino na questão da educação como todos os outros, ou seja, mesmo o melhor governo da história do Brasil está anos luz aquém de qualquer coisa considerada como satisfatória. Somos governados ainda pelos maus caráter, que não entendem que a coisa mais importante como governante é em primeiro lugar você ser honesto e em segundo lugar lutar para dar educação e liberdade para o ser humano pensar e agir como ele quiser. Governantes como os que nós temos são pessoas que não confiam no outro, na capacidade do outro, resumindo, não amam o outro e preferem doutrinar pois tem receio e medo do que eles não pode controlar...

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